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por Claudio Angelo

Perfil Claudio Angelo é repórter da sucursal de Brasília da Folha

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Chamem a imprensa! Ou não.

Por claudioangelo
17/06/12 10:07

(Aviso: Este é um post assumidamente corporativista.)

A ONU E O GOVERNO BRASILEIRO estão jogando pingue-pongue na Rio +20. E a bola é a imprensa. O lance mais dramático dessa partida até agora aconteceu ontem, quando repórteres foram impedidos à tarde de entrar em uma reunião para a qual eles haviam sido convidados de manhã. Seguranças da ONU botaram a culpa no Itamaraty. O Itamaraty disse que a ONU errou ao distribuir os convites aos repórteres — desde o início não era para ser um evento aberto.

Não foi, porém, o único momento de estranhamento entre os organizadores e a multidão de 2.000 e tantos ratos que tenta contar ao mundo, todos os dias, por que diabos os contribuintes deveriam continuar financiando convescotes como o do Rio. Há um pavilhão inteiro do Riocentro vedado à imprensa, e outro cujo acesso é restrito. Os documentos de negociação estão todos na internet, mas seus rascunhos só são acessíveis aos negociadores. Para uma conferência cujos anfitriões, dos dois lados, prometeram ser transparentes e inclusivos, é um contrassenso. E um tiro no pé.

Nós, jornalistas, somos uns pentelhos, é verdade. Queremos saber de tudo, questionamos tudo, abrimos segredos que os governos preferem guardar, grandes e pequenos. No processo, frequentemente irritamos nossas fontes e causamos problemas a pessoas que, no fundo, admiramos. Faz parte. O que os diplomatas parecem não entender é que dificultar o trabalho da imprensa só aumenta a desconfiança atávica que jornalistas têm em relação a qualquer tipo de cochicho entre figuras públicas.

Tomemos a questão do acesso aos textos de negociação, por exemplo. Eles não têm sido livremente circulados, por razões que nem a ONU, nem o governo brasileiro conseguem explicar. Trata-se de um segredo de polichinelo, já que são distribuídos aos chamados “major groups”, que incluem ONGs ambientalistas, índios, prefeitos, jovens e mulheres. O que os jornalistas fazem? Pedem a qualquer um nessa extensa lista de receptores uma cópia do documento. Sempre conseguem. Que tal, então, liberar tudo e honrar a tal transparência?

O Itamaraty explicou ontem a um grupo de jornalistas brasileiros indignados que a restrição a acesso é regra da ONU. Por que, então, nas negociações de clima da mesma ONU, todos os rascunhos da noite anterior aparecem no dia seguinte às pilhas no balcão de documentos da conferência para quem ousar lê-los? Será que o Brasil, que como presidente e anfitrião da Rio +20, teve poder para desconvidar jornalistas de uma plenária, não teria poder também para aumentar o acesso?

O embaixador Tovar Nunes, porta-voz da chancelaria brasileira, prometeu levar a demanda dos chatos da imprensa às Nações Unidas. Só espero que ela não precise ser aprovada na plenária por consenso entre 186 nações.

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Comentários

  1. Marcos Calciolari comentou em 19/06/12 at 4:25 pm

    Com certeza, eles devem estar assistindo a Eurocopa e conversando sobre superficialidades, porque meio ambiente, problemas sociais, etc, não há interesse… nada será aprovado mesmo,,, discutir pra que?? Infelizmente esta convenção não é séria….

  2. Vinícius Medeiros comentou em 17/06/12 at 4:36 pm

    Ainda bem que o autor confessou ironicamente ou não que o ” post é assumidamente corporativista. “

  3. William comentou em 17/06/12 at 1:09 pm

    Pela quantidade de lobbies existentes na Rio +20, é de se esperar que não haja muita transparência nas negociações..

  4. Andreas comentou em 17/06/12 at 11:36 am

    E são chatos mesmos. Se acham. Pensam que têm ouro por dentro. Atrapalham em tudo. Mal educados. Todos esses eventos deveriam acontecem sem jornalistas mesmo. No final, dariam apenas entrevistas. Ainda mais a autora do artigo, que pensa ter um rei na barriga.

    • claudioangelo comentou em 17/06/12 at 2:29 pm

      🙂

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